PF faz operação contra rede de franquias de acessórios para celular suspeita de contrabandear produtos no RS
08/07/2025
(Foto: Reprodução) Empresário foi preso. Polícia Federal (PF) divulgou que, nas redes sociais, ele aparentava ser um profissional de sucesso e isso atraia investidores. "Mantinha uma vida de luxo, ostentando patrimônio, viagens. No fim, se blindava, auferia lucros e terceirizava dívidas", diz delegada. PF faz operação contra rede de franquias de acessórios para celular suspeita de contrabandear produtos e lesar franqueados no RS
Polícia Federal/Divulgação
A Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta terça-feira (8), 22 mandados judiciais contra uma rede de franquias de acessórios para celular suspeita de contrabandear produtos, sonegar impostos, lavar dinheiro e lesar franqueados no Rio Grande do Sul.
Só aos cofres públicos, o prejuízo causado pelo esquema é estimado pela PF em R$ 28 milhões. Pelo menos três franqueados processaram a empresa, segundo a PF.
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O chefe do esquema, um empresário, foi preso em Pelotas, na Região Sul do estado, durante a ação. O nome dele não foi divulgado pela PF. O g1 e a RBS TV confirmaram que a rede de franquias é a Bred Capas, que conta com mais de 60 lojas no RS.
O escritório de advocacia não confirma a identidade do cliente envolvido no caso, mas diz que, "em relação ao ocorrido, não vai prestar informações agora por se tratar de um procedimento investigatório que tramita em sigilo".
Durante a operação, a PF bloqueou contas bancárias, sequestrou veículos e imóveis das pessoas que estão sob investigação, que também tiveram passaportes apreendidos.
PF faz operação contra rede de franquias de acessórios para celular suspeita de contrabandear produtos e lesar franqueados no RS
Polícia Federal/Divulgação
Investigação
A investigação começou em novembro de 2023. A PF descobriu que os produtos adquiridos pela rede entravam no país de forma irregular com o uso de notas fiscais fraudulentas. Além disso, os fornecedores eram pagos de forma a ficar oculta a origem e o destino das transações financeiras. Por fim, havia a lavagem de dinheiro para dar legalidade ao dinheiro obtido de forma ilegal com o negócio.
De acordo com a delegada Shirley Caselani Sitta, a lavagem de dinheiro usava "laranjas" – pessoas que, em sua maioria, tinham alguma relação com o proprietário e recebiam dinheiro para "emprestar" o nome para a abertura de unidades da franquia.
"Com isso, o líder da franquia conseguia diluir o seu faturamento, como se fosse faturamento de pessoas diversas, que nesse caso se mantinha dentro do regime do Simples Nacional, que é um regime tributário simplificado, com recolhimento menor de tributos do que em relação às empresas que estão desenquadradas do simples", explica.
Ela conta que, além de estarem irregulares, as lojas não declaravam corretamente as vendas.
A delegada Shirley conta que havia lojas legítimas, mas que não se sustentavam por conta do esquema.
"[Nas redes sociais], ele aparentava, socialmente, ser um empresário de sucesso e isso atraia investidores. Matinha uma vida de luxo, ostentando patrimônio, viagens. No fim, se blindava, auferia lucros e terceirizava dívidas", afirma a delegada, explicando que franqueados saíam no prejuízo.
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