Natanzinho Lima divide bebida com fãs, salta do palco e vê Parque do Povo tomado por ‘mar de chapéus’ no São João de Campina Grande
09/06/2025
(Foto: Reprodução) Com bordões marcantes e repertório que mistura forró, brega e sucessos virais, o cantor protagonizou um show cheio de interação e emoção em estreia no evento. Natanzinho Lima no São João 2025 de Campina Grande
Erickson Nogueira/g1
“Viver é diferente de tá vivo.” Foi com esse bordão que Natanzinho Lima abriu sua estreia no palco principal do São João 2025 de Campina Grande no início da madrugada desta segunda-feira (9), em um show que misturou emoção, irreverência e muita proximidade com o público. Em cerca de duas horas de apresentação, o cantor pulou do palco por duas vezes, brindou com fãs na arena, recebeu homenagem e viu o Parque do Povo ser tomado por um verdadeiro “mar de chapéus”, acessório marcante do artista.
O cenário à frente do palco era um retrato fiel da identidade visual de Natanzinho: milhares de fãs usavam o icônico chapéu que o cantor eternizou em seus projetos, como o “De Bar em Bar”. A cada música, uma nova interação. A cada bordão, uma nova onda de animação.
Logo após a abertura, Natanzinho envolveu o público ao som de “Me apaixonei nessa morena”. No início, o cantor revelou estar emocionado com a estreia e a responsabilidade de se apresentar para milhares de pessoas: “Eu estava um pouco nervoso, mas quando eu subi aqui e vi essa galera cantando, isso me confortou”, disse.
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Milhares de fãs utilizaram chapéus em alusão à identidade visual de Natanzinho Lima em Campina Grande
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No palco, ele dançou, pulou, brincou com a banda e pediu para que o público rodasse os chapéus no ar. O clima de festa foi reforçado por um repertório diverso, que mesclou sucessos próprios com regravações de músicas conhecidas do brega, forró e sertanejo universitário. Passaram pelo repertório canções como “Logo Eu”, da dupla Jorge e Mateus, “A Noite”, da cantora Tiê, e “5 da manhã”, gravada por João Gomes, mas que viralizou na voz de Natanzinho.
Um dos momentos mais vibrantes do show aconteceu quando o cantor pulou do palco e foi cantar no meio do público. Em clima de descontração, brindou com os fãs com um copo de uísque, dividiu a bebida com quem estava próximo e passou cerca de dez minutos circulando entre o povo. Um fã de Arapiraca, Alagoas, chegou a pular a grade para abraçá-lo. O gesto foi retribuído com um gole do copo de Natanzinho, arrancando aplausos da plateia.
Pouco depois, o cantor surgiu com um chapéu de cangaceiro e conduziu uma sequência de clássicos do forró, como “Fogo sem fuzil” e “Xote das meninas”, de Luiz Gonzaga, transformando o palco em um arraiá improvisado.
A emoção tomou conta do show quando Natanzinho Lima recebeu uma placa comemorativa pelos 3 bilhões de visualizações nas plataformas digitais. Visivelmente emocionado, Natanzinho agradeceu o carinho do público e fez um discurso emocionado, no qual, por vezes, chegou a chorar.
Para encerrar a noite, dividiu o palco com o cantor Luka Bass, com ambos interpretando a música Paraquedas, sucesso de Gabriel Diniz. Após isso, ele voltou à arena para cantar ainda mais perto dos fãs e distribuiu chapéus de caminhoneiro, encerrando a apresentação.
Bordões, identidade e histórias de vida de Natanzinho Lima
Natanzinho Lima no São João 2025 de Campina Grande
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Instantes antes de subir ao palco do Parque do Povo para fazer a estreia no São João de Campina Grande, Natanzinho Lima conversou com o g1 e demonstrou toda sua alegria por estar realizando um sonho antigo. Sobre a expectativa para a estreia no maior São João do mundo, ele explicou que se imaginava tocando no Parque do Povo algum dia.
“[Minhas expectativas] são as melhores. Muito grande, muito feliz, um dos dias mais felizes da minha vida, com certeza. Porque muitos artistas queriam tocar aqui hoje. O São João passava nas páginas [de redes sociais], na televisão, eu via os artistas grandes e eu imaginava aqui um dia. E hoje eu tô aqui para contar isso, então é muito bom”, disse.
Ao falar sobre a ascensão meteórica na carreira, o cantor explicou que até para ele foi surpreendente a velocidade com que seu trabalho alcançou o sucesso. Ele contou que, mesmo com dedicação e esforço, não esperava que sua música ganhasse tanta repercussão em tão pouco tempo.
“Na verdade foi muito rápido tudo. Um dia desse eu conversei com uns amigos meus e a gente conversava de que nem eles e nem eu tinha noção dessa repercussão toda em tão pouco tempo. A galera vem curtindo muito o brega, a juventude, isso me deixa bastante feliz, em saber que hoje eu inspiro pessoas”, explicou.
Fã usa chapéu que é identidade visual de Natanzinho Lima no São João 2025 de Campina Grande
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Sobre o famoso chapéu que se tornou símbolo da sua identidade visual e artística, Natanzinho Lima revelou que o acessório surgiu na sua carreira de forma inesperada e por acaso. A irmã, sem querer, ajudou a construir uma das maiores identidades do artista.
“Fui gravar o meu projeto ‘De Bar em Bar’, e daí o meu patrão disse: ‘veja se você consegue achar um chapéu de palha’. Mas eu não consegui achar um chapéu de palha. Daí minha irmã tava com esse chapéu, peguei, ela não queria me dar, mas eu vou levar. Depois do ‘De bar em bar’, isso viralizou”, relembrou.
Mais do que um simples acessório, o chapéu carrega um significado especial para Natanzinho Lima, que o vê como um símbolo de valorização dos caminhoneiros, uma categoria que, segundo ele, é muitas vezes esquecida pela sociedade. O cantor destacou a importância do trabalho desses profissionais e ressaltou o quanto eles enfrentam desafios e dificuldades nas estradas.
“Os caminhoneiros usam muito esse chapéu. Eu gosto muito de dar valor aos caminhoneiros, levando a moral deles, porque são pessoas que são muito esquecidas, mas que transportam o alimento para nossa mesa. Eles deveriam ter mais valor. A gente não vê o quanto um caminhoneiro sofre na estrada. Meu sonho era ser caminhoneiro e acabei virando cantor”, comentou.
Por fim, Natanzinho Lima explicou o significado por trás de dois de seus bordões mais populares - “No 12” e “Uma liga é uma liga”, que rapidamente conquistaram a preferência dos fãs e se tornaram marcas registradas em seus shows.
“No 12 significa a velocidade do caminhão. O caminhão marca 120 [km/h], aí os caminhoneiros falam: ‘hoje é no 12’, só que significa que um adjetivo, sobre disposição e velocidade. E ‘uma liga é uma liga’ é quase isso. É um cara bem felizão, quando os caminhoneiros estão bem ligados”, finalizou.
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Taty Girl e Santanna protagonizam shows cheios de emoção, homenagens e união entre artistas
Taty Girl no São João 2025 de Campina Grande
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A noite de domingo (8) no São João 2025 de Campina Grande foi marcada por grandes apresentações que celebraram a tradição e a renovação do forró. No palco principal, Taty Girl deu início ao seu show com um cordel, que logo se transformou em uma sequência de sucessos que conquistaram o público, como “Eu Só Quero Um Amor”, “Louca” e “Mel”.
Um dos momentos mais aguardados foi a apresentação de “Se Não Valorizar”, acompanhada por uma queima de fogos sincronizada com o ritmo da música, que sempre é aguardado pela multidão.
Durante o show, a quadrilha junina “Flor de Lampião”, tradicional de Campina Grande, subiu ao palco para uma dança especial, que reforça a atmosfera típica das festas juninas. Taty Girl também fez uma homenagem a Rita de Cássia, uma das maiores referências femininas do forró.
Em entrevista ao g1 antes de subir ao palco no Parque do Povo, Taty Girl destacou a receptividade do público jovem aos clássicos do forró, ressaltando a importância da conexão entre as novas gerações e os clássicos do gênero.
“Os jovens devem, sim, ouvir o que é bom, porque esse negócio de ‘Baú’, ‘Forró das Antigas’, essa nostalgia que a gente sente, que a gente não sabe explicar quando a gente ouve. Voltar no tempo, voltar no passado é uma coisa que não paga. Os jovens estão incríveis, eu admiro, obrigada por curtirem isso”, afirmou.
A cantora também falou sobre a força das mulheres no forró e a união crescente entre as artistas do gênero.
“A mulherada quanto mais junta, mais unida, mais forte fica. Eu sempre lutei pelas mulheres, sempre falei para todo mundo que a mulherada tem muito a mostrar. As mulheres, como Rita de Cássia, deram início a esse forró gostoso. O forró é união. Esse ano o forró está muito mais unido. O que tá acontecendo? O forró está se juntando até para ajudar outros pequenos, tipo quem tá começando, gravando DVD. Todo mundo se dispondo e se juntando, se unindo para ajudar o menor. A união faz acontecer”, disse Taty Girl.
Santanna, o Cantador, no São João 2025 de Campina Grande
Erickson Nogueira/g1
Já Santanna, o Cantador, trouxe uma energia diferente, iniciando seu show com “Paraíba Joia Rara”, composição que simboliza o orgulho do estado. Ele passou por seus maiores sucessos, como “Ana Maria”, “Vontade” e “Jardim dos Animais”, além de homenagear nomes importantes do forró como Flávio José e Accioly Neto. O clima junino tomou conta do espaço com canções típicas de quadrilha junina, que animaram os forrozeiros.
Um dos pontos altos foi quando Santanna desceu do palco para cantar “Lembrança de Um Beijo” no meio do público, numa conexão ainda mais próxima com os fãs.
Em entrevista ao g1, Santanna destacou a importância da união entre os artistas do forró.
“Se um forrozeiro precisar de ajuda, todo mundo se ajunta para colaborar. O que sempre falei é que o forró precisa de corporativismo. Então se alguém vilipendiar um da gente, ele está ferindo a classe toda. Cama, mesa e banho nem com a família às vezes dá certo. Defender [a classe] é interessante”, comentou Santanna.
Agenda
Os shows no palco principal do São João 2025 de Campina Grande terão novamente um hiato e só volta a ter programação na quinta-feira (12), Dia dos Namorados, com shows dos artistas Alexandre Tan, Flávio José, Seu Desejo e Leonardo. Os shows têm início às 19h e seguem até as 3h da madrugada. Além do palco principal, o Parque do Povo também contará com apresentações de artistas locais e grupos de forró nas quatro Ilhas, nos dois Coretos e no Palco Cultural, cujas atrações começam a partir das 18h.
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